Garotão, chegue mais perto, vamos conversar sério, olho no olho. Chega de brincadeiras e desculpas. Aliás, a conversa vale também para os mais velhos, bem mais velhos.
Antes de mais nada, é preciso dizer que onde quer que chegue a informação, aí estará a responsabilidade. E como a informação chega hoje a todos os lugares, do banheiro ao meio do mato, da Avenida Paulista aos píncaros do Aconcágua, não há mais desculpas. O sujeito só será um desqualificado para o trabalho se assim o desejar. Não há mais desculpas. Sem essa de que "minha cidade é pequena, meus pais são pobres, estudei pouco"... isso é conversa de gente frouxa.
Vamos conversar.
Ando por muitas empresas de todo o tipo pelo Estado. Em todas, a conversa é quase sempre a mesma, falta de motivação (?) de parte da rapaziada e carência absoluta de qualidade, de mão-de-obra qualificada para contratação.
É preciso dizer que quando uma empresa recruta e pede por boa aparência, exigência que alguns idiotas proibiram mas que não deve ser seguida, o que a empresa está pedindo não é beleza. É compostura, educação, roupas adequadas ao trabalho, barba cortada, cabelo penteado, palavras corteses, elegância na personalidade, é isso. E quem pensa que isso é muito, digo que é pouco.
Depois dessa "embalagem" necessária para que não coloquemos um molambento atrás do nosso balcão na loja, vem a competência. O sujeito precisa saber fazer, fazer bem-feito aquilo para o qual é pago. E se o empregado não souber muito do ofício, tem que revelar interesse por aprender. E o aprendizado será pela vida toda...
Depois dessa "embalagem" necessária para que não coloquemos um molambento atrás do nosso balcão na loja, vem a competência. O sujeito precisa saber fazer, fazer bem-feito aquilo para o qual é pago. E se o empregado não souber muito do ofício, tem que revelar interesse por aprender. E o aprendizado será pela vida toda...
É preciso também lealdade ao empregador, não vê-lo como um sanguessuga, mas como um parceiro, como um sócio, afinal, sem ele o empregado estaria no olho da rua.
Cortesia com os clientes e bom relacionamento com os colegas — isso é indispensável à preservação do emprego. Nenhuma dessas exigências ou habilidades está fora da possibilidade de qualquer pessoa, seja ela quem for, tenha o estudo que tiver. O que conta é a vontade.
E como disse, a informação — conhecimento — é hoje uma possibilidade de todos. É possível uma "pós-graduação" em casa, os computadores podem fazer o milagre de transformar um simplório num excelente profissional. A vontade faz o milagre.
Uma boa leitura de jornal pela manhã, as notícias atualizadas no rádio do carro e um bom telejornal à noite já são suficientes para transformar "desinformados" em gente fina. E se ainda usarem o computador para estudar, pronto, aí estarão os competentes do trabalho.
Coluna publicado no Diário catarinense do dia 28 de junho de 2009