A história de hoje remete a uma prática muito comum nas áreas rurais brasileiras, que fortalece a concentração de terras e a criação de grandes latifúndios, trata-se da falsificação de títulos de propriedade, conhecida como GRILAGEM de terras. Diz a história que a expressão ‘grilo’, vem de um antigo artifício utilizado para dar a documentos novos aparência de velhos. Para tanto os fraudadores de títulos imobiliários colocavam falsos documentos recém-elaborados em uma caixa metálica ou de madeira juntamente com diversos grilos, fechando-a em seguida. Depois de algumas semanas, os documentos já apresentavam manchas amarelo-fosco-ferruginosas, decorrentes dos dejetos dos insetos, além de ficarem corroídos nas bordas e com pequenos orifícios na superfície, tudo a indicar a suposta ação do tempo. Essas falsificações documentais, muitas vezes contam com a conivência de órgãos responsáveis pela gestão do patrimônio público sob ação de funcionários corruptos. Em todo o país, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), havia em 2006, 100 milhões de hectares de terras suspeitas de grilagem, o que corresponde a quatro vezes a área do estado de São Paulo. No amazonas, o quadro é mais grave: dos 157 milhões de hectares de área total no estado, acredita-se que 55 milhões tenham sido obtidos por meio de grilagem.