A história do dia vai tratar sobre manipulação de imprensa e este assunto é sempre atual e torna-se muito mais voraz em épocas de eleição em nosso país. Acabamos de sair de uma eleição onde vivenciamos um festival de podridão que nos encheu de vergonha. Mas como a história tem vários casos de manipulação de imprensa e de negação a imparcialidade, que de regra, deveria reinar nesse meio, vou ater-me aqui a relatar aqui apenas mais um fato grotesco ocorrido no século XX, durante os “anos dourados” de nossa República. Trata-se do episódio ocorrido no dia 16 de Setembro de 1958, a duas semanas antes da eleição onde o jornal Tribuna da Imprensa publicou o conteúdo de uma suposta carta que teria sido enviada por um ex-deputado argentino ao político brasileiro João Goulart (que mais tarde tornar-se-ia presidente após a renúncia de Jânio Quadros). João Goulart apoiava o então candidato do PSD Juscelino Kubitschek . Segundo a acusação contida nesta suposta carta, estava em andamento, o envio de armamentos que foram adquiridos de forma clandestina e que seriam entregues a coalizão de apoio a Juscelino e visava implantar no Brasil uma República Sindicalista usando poder de fogo ilegal. Logo ficou evidente que era uma armação da UDN, para desmoralizar o adversário Juscelino e capitaneada pelo principal opositor de Juscelino que era o jornalista Carlos Lacerda, que provavelmente tinha um certo peso na armação, pois era o dono do Jornal.