A história de hoje vai abordar a prática do racismo do século XIX, onde o EUROCENTRISMO (conjunto de ideias que divulgavam a superioridade dos europeus sobre os demais povos) dominava a discussão política e foi a base para a construção do imperialismo europeu, com episódios nada gloriosos como a partilha da África, Guerra do Ópio e domínio sobre colônias orientais. Esse racismo “científico” tinha como um dos principais expoentes, o Conde de Gobineau (1816-1882), que era diplomata da França. A elite branca europeia amparada por teorias de superioridade racial e de que tinha por destino dominar os demais povos e a eles levar a “Civilização” achou-se no direito de impor-se frente a estes povos utilizando-se a força militar de conquista. O Conde de Gobineau, era amigo de D.Pedro II (embora D. Pedro II não compactuava com as opiniões racistas extremas dele) e entre 1869 e 1870 ele esteve no Brasil a serviço do governo francês. O relato do Conde sobre o povo brasileiro é estarrecedor e de conteúdo extremamente racista: “ A população é mulata, com sangue viciado, espirito viciado e feia de meter medo (…) os resultados [da mistura de brancos, negros e índios] são compleições raquíticas que, se nem sempre repugnantes, são sempre desagradáveis aos olhos” . Hoje a miscigenação de nosso povo, e a beleza como um resultado inegável, é fator de orgulho. Logo, como resposta, tirada do linguajar popular atual para a infeliz frase do conde, e salvo, os anacronismos históricos, pode-se dizer que “a feiura está nos olhos de quem vê” .