A história de hoje vai ser sobre os primeiros colonizadores do Brasil, que nem sempre seguiam os “bons costumes” pregados pela Igreja. O adultério, ou seja a traição conjugal era algo comum em uma sociedade machista, onde o homem podia tudo e a mulher era privada de quase tudo. Até os padres, que eram os pregadores e guardiões da “moral” e dos “bons costumes” davam suas escorregadas. Este é o caso do padre Francisco Pinto Doutel, vigário em Pernambuco por volta de 1590. No meio da rua , ele fez uma advertência e pôs pulga atrás da orelha de certos garanhões locais: “VÓS OUTROS HOMENS QUE NÃO QUEREM SENÃO FAZER ADULTÉRIO A VOSSAS MULHERES; POIS DESENGANAI-VOS QUE ELAS NA MESMA MOEDA VO-LO PAGAM”. Dado o recado, o padre Pinto deu um conselho aos possíveis “cornos”: Se fossem cometer adultério, pelo menos o fizessem com mulheres bonitas, e não com as feias. Afinal, seria melhor beber um bom vinho do que vinagre. Ninguém sabe se os homens seguiram as recomendações feitas pelo religioso, mas o padre Pinto se deu mal, e acabou tendo que prestar contas à inquisição por defender a fornicação adúltera.
Fonte: Trópico dos pecados de Ronaldo Vainfas