A história de hoje está ligada a CONSTRUÇÃO NAVAL, pois vivemos um período de eleições no Brasil e uma das discussões é sobre os investimentos na indústria naval, o qual o Brasil atualmente não é nada esplendoroso, mas em nosso passado uma embarcação construída aqui no século XVII já foi a MAIOR DO MUNDO. Trata-se do Galeão português “PADRE ETERNO”, cuja única imagem conhecida é a gravura que ilustra minha escrita histórica e consta na obra Du Globe Terrestre (Tomo I, ilustração XCII, página 257), de autoria do cartógrafo Alain Manesson-Mallet (1630-1706), publicada em Paris, em 1683, que aquele autor destacava como sendo “o maior navio construído no século, com um comprimento de 180 passos na quilha, dotado de seis conveses, 160 portinholas e igual número de canhões, capacidade para quatro mil caixas de açúcar de 1.500 libras cada e 2.500 rolos grossos de tabaco, podendo transportar de três a quatro mil homens”, no que parece ser uma descrição um pouco exagerada, visto que, segundo outras fontes, o Padre Eterno teria aproximados 53 metros de comprimento, capacidade para o transporte de duas mil toneladas de carga e era dotado com 144 peças de artilharia (armamento que superava o de muitas fortalezas na época). Nesta mesma obra afirma-se, também, que seu mastro principal era feito de um único tronco, com quase três metros de circunferência na base. Sua ordem de construção foi elaborada em 1659, por Salvador Correia de Sá e Benevides, Governador e Capitão-geral da Capitania do Rio de Janeiro, sob a direção de Sebastião Lambert, sua construção prolongou-se durante quatro anos e utilizou mão-de-obra de ÍNDIOS em sua construção, sendo lançado ao mar no Natal de 1663. O local da construção é conhecido até hoje como Ponta do Galeão, na Ilha do Governador e batizou o aeroporto internacional do Rio por um tempo, até o mesmo ser rebatizado de Tom Jobim. O Galeão “Padre Eterno” foi Incorporado à Marinha Portuguesa e fez sua primeira travessia do Atlântico rumo a Lisboa em 1665. Acredita-se que ele após anos de serviço aos portugueses tenha naufragado no Oceano índico. Eis um passado que nos deixa orgulhoso, pois por um século quem reinou nos mares era o nosso Titanic tupi.