Hoje pretendo fechar com um último artigo desta série sobre BELEZA, discutindo os conceitos ao longo da história. O “poetinha” Vinicius de Moraes dizia sua máxima “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental” , mas o que é a BELEZA? Para chegarmos a uma resposta, cabe uma análise histórica dos padrões de beleza ao longo dos tempos. Começamos pelo Renascimento, onde as mulheres consideradas belas eram as GORDINHAS. Isso porque eram as que conseguiam se alimentar com fartura, ou seja, eram ricas e também porque esse padrão era um sinônimo de fertilidade. Nos anos 50, por exemplo, o ícone de beleza feminina era Marilyn Monroe, com coxas grossas, seios fartos e seu cabelo loiro platinado. Sem contar as caras e bocas da modelo que encantavam corações e inspiravam sonhos masculinos. Nos anos 70, durante o movimento Hippie, as magras e sem curvas começaram a ser admiradas. Esse padrão é adotado até hoje como perfil ideal para as modelos de passarela, um exemplo muito admirado é Gisele Bündchen. Entretanto, para entrar nesse padrão, muitas meninas fazem sacrifícios e acabam se tornando ANORÉXICAS ou BULÍMICAS. A utilização de vestuários com MAIS PANO ou MENOS PANO também é variável ao longo da história. O objetivo do vestuário feminino era cobrir as partes mais cobiçadas da anatomia, constituía, ao mesmo tempo, um instrumento decisivo e um obstáculo à sedução. O filósofo francês Montaigne protestava: “por que será que as mulheres cobrem com tantos impedimentos, uns sobre os outros, as partes onde habita nosso desejo? Para que servem tais bastiões com os quais elas armam seus quadris, se não a enganar nosso apetite, e a nos atrair ao mesmo tempo em que nos afastam?”. O pudor aumentava a cobiça, que com tanta roupa, deveria se atenuar. Quanto mais roupas recobrindo o corpo feminino afastando o olhar sobre ele, mais a fantasia invade e habita o imaginário. Em todas as épocas históricas, o jogo entre roupa e corpo foi uma constante. As mudanças do padrão de beleza implicavam diretamente em mudanças no vestuário e resultavam consequentemente em mudanças de comportamentos, posturas e gestos. Sabemos que uma mulher não caminha com saltos altos da mesma maneira que com chinelos e paga um grande preço (a saúde de seus pés) para manter a envergadura imponente de se utilizar saltos altos. Logo definimos, que o o padrão de beleza é definido pela cultura de uma sociedade. As mudanças da figura ideal ocorrem constantemente e ficam as perguntas: vale a pena fazer de tudo para se encaixar? A ideia de beleza é igual para todos? O que conta mais, um rostinho bonito e muita simpatia ou um corpo sarado?….