Hoje, conforme o prometido, vou dar continuidade a discussão histórica da doutrinação MACHISTA que ainda hoje “nada de braçada” em nosso país. O assunto, conforme a imagem que postei junto com este pequeno artigo, tendo a figura do popular “Ricardão” pulando a janela e fugindo do marido furioso, como pode-se deduzir, é a FIDELIDADE ou a falta dela que é a TRAIÇÃO. Um caso curioso que descreve o machismo histórico embutido neste tema é a narrativa datada do ano de 1728, isto é, em plena idade moderna, contida no livro “Compêndio narrativo peregrino da América”, que foi publicado pelo baiano Nuno Marques Pereira e entre os diversos “causos” contidos, um deles chama a atenção e trata-se de uma mulher casada que, com o marido fora de casa e confiando que ele não voltaria tão cedo, recebeu o amante em casa. Mas o inesperado aconteceu e o marido bateu à porta. A MULHER, que morava em um sobrado, acabou SE ATIRANDO PELA JANELA , e com a queda, ali ficou morta. Eis uma amostra da doutrinação machista, onde hoje quem pula a janela é o “Ricardão”, no passado quem deveria pular era a mulher infiel. Estes ”causos” relatados tinham por objetivo, conforme a moral cristã que vigorava na Espanha e Portugal neste período, “resgatar o caráter piedoso da população do Brasil, que estaria afastada de Deus por conta dos pecados”. Bem, neste caso, a hipocrisia já reinava também… (Fonte: Ao sul do corpo, de Mary Del Priore )