Olá! Tudo BELEZA? Hoje pretendo continuar em uma série abordando os PADRÕES DE BELEZA e MODA de acordo com o tempo histórico. o assunto de hoje é o ESPARTILHO, acessório feminino muito utilizado entre o séc. XIV e séc. XX, pois tinha a função de moldar o corpo, formando uma cintura fina e quadris largos, que neste período histórico era sinônimo máximo de beleza, pois automaticamente ligava as chamadas “ancas largas” a fertilidade da mulher, isto em uma época em que quantidade de filhos significava diretamente o tão quão abençoado o homem era perante Deus assim sendo, “cintura fina” era o sonho de consumo de toda mulher. O problema é que este acessório causava grande desconforto e dores abdominais nas mulheres, mas que que conforme as mesmas, era o preço a ser pago para obter o “corpo perfeito”. O médico belga Andréas Vesalius (1514-1564), fez o relato de uma necrópsia que ele participou de uma jovem que morreu com apenas 18 anos, e cuja suspeita era de envenenamento. Neste procedimento estavam presentes homens e mulheres e eis o seu relato: “Devido à constrição do tórax por um ESPARTILHO que a rapariga tivera o HÁBITO DE USAR para que sua cintura parecesse comprida e esbelta, pareceu-me que a queixa resultava de uma compressão do tronco à volta do hipocôndrio [região acima da cintura e abaixo do tórax] e os pulmões.Embora ela sofresse de uma doença pulmonar, a surpreendente compressão dos órgãos do hipocôndrio parecia no entanto, ser a causa da doença (…)”. Depois deste veredicto que o espartilho era a provável causa da morte da moça, as mulheres que acompanhavam o procedimento saíram o mais depressa possível se livrar do referido acessório… Eis o preço da beleza…somente em 1908 médico francês Dr. Ludovic O´Followell começou um movimento alertando para o uso do espartilho. Toda mulher, de praticamente todos os níveis sociais naquela época ainda usava a peça. O´Followell revelou numa coleção extensa de raios-X e sem surpresa, os espartilhos esmagavam órgãos internos, costelas e causavam problemas graves de saúde. Ainda hoje temos o problema dos calçados femininos desconfortáveis com saltos gigantescos que deformam o pé e as calças que modelam a cintura mas que deixam a impressão que seus usuários foram “embalados à Vácuo”…infelizmente para enquadrar-se nesse padrão de beleza, o conforto ainda pode ficar em segundo plano (Fonte: Os Descobridores de Daniel J. Boorstin).